sábado, 14 de novembro de 2009

Crise Pré-21 (Black Jack)

O que as pessoas e os astrólogos (não necessariamente nessa ordem) costumam chamar de "Inferno Astral", ocorre para mim como as famosas Crises Pré-futura-Idade (Vide Crise Pré-19 e Crise Pré-20).
Nelas, descrevo toda a frustração que um aniversário pode trazer juntamente com o bolo e as velinhas. Todas as mudanças, todas as preocupações, todas as transformações. Todas é uma hipérbole, mas diria eu que uma boa parcela delas.

A Crise Pré-21 se instaurou de forma diferente. Ela não é uma preocupação latente com as rugas e quilos a mais e nem com a necessidade de aprendizado. É uma angústia demasiadamente forte e inconstante, que vai e volta que nem bumerangue (os legítimos).

Ver como um ano faz diferença na vida das pessoas é incrível. Colocando na ponta do lápis (ou do cursor), penso no que tinha e no que era ano passado, nesse mesmo período e o que tenho e sou agora. Aliás, é uma das práticas mais frequentes em momentos de mudança.

Meu trabalho era outro, não tinha meu amado e odiado jornalismo, tinha namorado. Aliás, em 5 anos, será o primeiro aniversário sem estar compromissada. Isso pode ser o prelúdio da próxima década. E aos 31 eu volte e leia isso, rindo e imaginando: "Nem sabia eu naquela idade tudo o que iria me acontecer".

Aos 21 atingimos a legitimada maioridade penal. Posso casar vestida de Elvis em Vegas. Não posso na verdade, mas poderia se tivesse recursos. 21 é uma idade cabalística.

Como diria uma certa amora, é Black Jack, é algo místico. Somado dá 3, que vezes ele mesmo é igual a 9, o número que rege a sagitariana que vos fala. Não que isso seja relevante, mas pode ser que sim.

E voltemos à angústia: ela se camufla, é uma camaleoa (ou o Ivo Holanda disfarçado). Crises de riso, crises de choro, crises. A tristeza e solidão enlatadas, numa dose para singles. E os ignorantes acham que é TPM. E os depressivos acham que é um clarão sobre o quanto o mundo é uma grande bola de bosta achatada nos pólos. E não é nada disso, é só aquele açoite que a nossa psiquê dá no couro quando não somos guiados por ela. Quando razão e pensamento são dois tópicos sem relação alguma.

É uma força que faz a gente pensar no por quê de tudo, quem somos, de onde viemos, para onde vamos. Achar sentido em tudo e não encontrar em nada. Tudo vai pesar diferente quando os 21 chegarem. As preocupações deste ano serão ínfimas comparadas as do próximo, assim como as anteriores são comparadas a esse. E a tendência é piorar.

Mas os 20 trouxeram amigos e experiências que nem 20, 30 ou 60 anos que vão apagar. Histórias que vão para os netos, caso eu ache a tempo o devido ser para os fins de procriação. Me trouxeram uma maturidade que só a causa do choro de Nietzsche exemplificariam.

Vou aproveitar o pouco que me resta com 20. Chorarei tudo que for preciso, eliminarei tudo e todos os dispensáveis. Guardarei o que realmente importa comigo.
Finalizo com uma frase de um filme infantil que tinha um rato no Velho Oeste (esqueci o nome, a idade vem chegando...):

"Se crescer fosse fácil, não levaria tanto tempo."

**Com atraso, mas antes tarde do que nunca: Fievel é o nome do filme. Estou velha, mas nem tanto...

8 comentários:

Anônimo disse...

Embora essa frase sempre crie um asco em quem a escuta,vou dizer mesmo assim: eu te entendo! Esse mundo de angústias e outras dimensões dói pra caralho. E por isso desejo que vc mude sempre, para melhor, para não ficar angustiada e para trás. Keep on track, não desista! Tudo há de dar certo =)
(essa é a minha máxima de vida hauhaua)
ah, e lembre-se: A gente nunca realmente cresce. Nós apenas aprendemos a agir em público.

beijos!

Dai disse...

Ui..estou encaminhando para essa crise terrível??
Apesar de me sentir com 40 e muitos, estou com medo da maioridade penal...

Adorei o teu blog..passarei outros milhões de vezes, mesmo quando voce estiver cheia de rugas reumatismos e 21 anos.

Beijinhos

Anônimo disse...

Humm, nos meus 21...Black Jack, estava entrando no meu primeiro relacionamento maduro mesmo, com um homem 10 anos mais velhos...estava passando no meu primeiro concurso público...estava decidindo minha carreira, já que já havia desistido do jornalismo, ao contrário de vc.

Realmente, 21 é demais, e aproveite..quando vi já tinha 31, segundo concurso, já formada, cursando segunda facul, planos pro mestrado e quase acabando segundo relacionamento adulto. parece que passa rápido, mas viu com se faz coisas neste meio tempo....bjões

Ogami disse...

essa é minha guria.
orgulho do teddy.

Evandro Silva disse...

Saudações literarias querida Elsa,
:)
tempo...

Ah, minha crise já passou, não foi pré, foi pós-21, foi mais curta que a crise dos 20, porém, mais forte ou profunda.
Acho que subi alguns “levels” do jogo da vida, mas sinto que fiz pouco...
Não vejo essas crises como uma coisa ruim, mas sim como um “remédio” para os olhos.

Ate´

Lary Guimarães disse...

Interessantíssima sua forma de escrever, inusitada, irreverente. Gostei muito. Muito mesmo.

Vv ~ disse...

Eu não acredito que, quando completei 21, ninguém me disse que eu poderia casar vestida de Elvis em Las Vegas. Aos 22 eu posso casar vestida de, sei lá... Madonna?
Beijo, caneca.

; )

Acacia disse...

Aha, por favor, os créditos ao meu black jack!

rs, brincadeira. mas se vc não se lembra acho que eu tinha feito essa brincadeira... fica o lembrete!

E como é que está agora deste lado do muro?

Beijos, paçoca de framboesa amada